quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Objeto Físico - A mão do arquiteto
















A proposta do objeto físico era criar um elemento tridimensional baseado na leitura do livro Lições de Arquitetura, de Herman Hertzberger.

Em seu livro, Hertzberger levanta a questão se nosso output de idéitas pode ser maior que o input, e deixa subtendido que devemos enriquecer o máximo o possível nosso repertório de conceitos e imagens mentais. Lembrou-me das aulas de fotografia com David Aguilar que me orientava que boas fotos poderiam se tiradas a partir do momento que eu visse muitas fotos, admirasse, conhecesse o trabalho de vários fotógrafos e sua criatividade. Assim, não devemos ocultar nossas fontes de inspiração, mas sim revelarmos aquilo que nos motivou.
À partir da definição de público e de privado, o autor procura contextualizar a arquitetura e suas influências no comportamento humano.

“...público é uma área acessível a todos a qualquer momento; a responsabilidade por sua manutenção é assumida coletivamente. Privado é uma área cujo acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de mantê-la.” (p. 12)

Porém, para Hertzberger, essa definição gerou uma suposta oposição entre o geral e o específico que vem denunciar a degradação das relações humanas básicas. Coletividade e individualidade se tornaram posições extremamente antagônicas, porém a arquitetura se situa entre esses dois extremos. Ela se situa na relação do indivíduo com a coletividade e vice-versa.

O homem ao ser lançado nesse mundo se sente desamparado e procura bases seguras na coletividade, porém sociedade se encontra em uma situação de “desamparo cósmico”. Assim, em sua ânsia por aconchego, o ser humano perde a si próprio, alienando-se no coletivismo moderno, escondendo-se atrás da barreira construída por ele próprio.

Ao projetar o arquiteto pode dar consciência aos moradores e visitantes de uma construção das possibilidades de ‘acesso’ criando demarcações territoriais através da articulação de formas, material, luz e cor, introduzindo determinada ordem ao ambiente. O grau de acesso demandado por um espaço deve orientar as escolhas do arquiteto.

Quem utiliza e é responsável pelo ambiente determina seu caráter da área que ocupa. Um ambiente estéril e sem vida pode representar um convite para uma decoração personalizada por parte de quem o ocupará, mas somente o espaço não garante esse tipo investimento. É necessário que o espaço ofereça oportunidades para a realização dos desejos pessoais e que a instituição dê liberdade para as pessoas manifestarem suas iniciativas. Assim é essencial que o arquiteto conheça a forma de gestão da empresa, seu organograma, seu funcionamento e as atribuições de cada cargo para que possa dar o grau de liberdade devido a cada funcionário em seu espaço.

Porém, infelizmente, a tendência atual aponta cada vez mais para a austeridade e impessoalidade nos ambientes de trabalho, que demonstram uma idelologia de limpeza, ordem e controle. Assim, os funcionários se submetem, na maioria das vezes passivamente, ao ambiente de trabalho, revelando seu medo e conformismo.

“Não pode haver aventura sem uma base para onde retornar: todo mundo precisa de alguma espécie de ninho para pousar.” (p. 28)

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