quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Proposta para intervenção no LAGEAR

Nosso grupo para o trabalho de intervenção no LAGEAR é composto por: Ana Paula Oliveira, Hudson Maciel, Isabela Bastos, Maurity Neto, Vitor Horta e eu, Carla Castro.

Após a visita ao local, fizemos uma reunião e através de uma tempestade de idéias chegamos a alguns determinantes comuns. Houve um interesse coletivo de intervir no espaço de convivência, espaço demandado tanto por professores como monitores. A idéia principal desse espaço de convivência é, além de ser um espaço para entrosamento, que também componha um espaço de leitura e pesquisa a obras disponibilizadas apenas para uso dentro do LAGEAR.



Uma das intervenções sugeridas foi a de criar um chaise reciclando materiais que não estão sendo utilizados e acabam por causar uma certa "poluição" no ambiente de trabalho. Aproveitando o design dos imacs que não estão sendo utilizados por estarem com defeito, imaginamos uma estrutura metálica que contenha suas carcaças coloridas e translúcidas, já destituídas de seu hardware interno. Numa sondagem superficial da quantidade de imac não utilizados contabilizamos 9, dos quais 2 são laranja e o resto se dividem entre azuis e verdes. Optamos então por fazer um jogo entre o azul e o verde no assento e deixar os 2 laranjas para compor os abajures.

Essa estrutura teria aproximadamente 239 x 87 cm e possuiria dois abajures, não somente fazendo alusão a seu apelido de imac "abajur", mas também oferecendo um dispositivo que fosse dotado de sensores de temperatura e intensidade de luminosidade. Apelidamos esse objeto de "Imac chaise" ou "Chaisimac".



Essa chaise possui mesinhas de apoio em sua extremidades, embaixo das quais projetamos prateleiras para que o cliente pudesse guardar objetos pessoais.
Acima das carcaças azuis e verdes, há um estrado para sustentar o peso dos usuários. Como acabamento temos almofadas do tipo tufon marroquino preto. Optamos por preto pela possibilidade de ser algo muito utilizado.


Em uma das extremidades colocamos um outro imac de modo que ele servisse de encosto e revestimos parte dele com uma espuma ondulada ou casca de ovo, com um acabamento também preto.


O abajur teria sua face dividida em duas partes: uma destinada à luminária e outra destinada à ventilação. O sistema só será acionado quando uma pessoa sentar-se ou próximo ao encosto ou na extremidade oposta. Nesse instante o sensor de luminosidade verifica a necessidade de luz para leitura e um termostato compara a temperatura ambiente com a programada para acionamento dos ventiladores. Logicamente, o usuário poderá dispensar os serviços de nosso abajur simplesmente apertando um botão.






Arquitetura como Instrumento Ético Frente às Tecnologias de Disjunção Espaço-Tempo

Por uma Arquitetura Virtual

domingo, 18 de outubro de 2009

Museu da Pampulha


Objeto Interativo - Luva Musical








Novamente Hertzberger

Outro dia recebi um e-mail do Professor André Mol, UEMG, sobre um trabalho de intervenção na escada de um metrô. A proposta surgiu a partir de uma teoria que denominaram "The Fun Theory", a teoria da diversão. Acredita-se que algumas coisas tão simples como a diversão são a maneira mais fácil de mudar o comportamento humano para melhor.
Pude perceber através dessa instalação que a interatividade com os usuários de um metrô através do teclado de um piano adaptado nos degraus da escada é um exemplo onde a intervenção arquitetônica pode modificar os hábitos das pessoas que ocupam ou transitam por esse espaço. Vale dar uma olhadinha:

http://www.youtube.com/watch?v=2lXh2n0aPyw&feature=player_embedded#
Ou neste:

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O insustentável peso do ter

Atualmente, o culto aos objetos os tornam verdadeiros deuses de um mundo materialista, onde o criador se torna escravo e o escravo se torna o senhor. A dependência criada nessa relação dialética senhor-escravo ultrapassa a funcionalidade para a qual foi criada inicialmente e o objeto passa a figurar não somente como objeto material, mas como objeto de gozo (o gozo psicanalítico), ou seja, se torna símbolo, símbolo que transporta poder e "status". Nesse sentido, como o desejo humano é um saco sem fundo e não há gozo que o satisfaça, o objeto em pouco tempo é descartado e substituído por outro com nova tecnologia e design. Assim a troca objetal passa a ser a essência da atividade humana. Nós acordamos todos os dias cercados de objetos que na maioria das vezes queremos trocar pelo último modelo da vitrine do shopping.
Na medida em que acreditamos (ou inconscientemente sentimos) que o objeto representa aquilo que falta em nós, criamos desenfreadamente na esperança de sermos mais, enganando-nos com o sentimento da posse de algo materializado, no ter. A humanidade como um todo trabalha para isso, vive para isso e esquece do seu lado humano.
Podemos então concluir que o ato criador do ser humano contribuiu durante o último século para construir uma 'penitenciária' feita por objetos que obstruem nosso caminho e nos aprisiona em um oceano de lixo objetal que acabam por sufocar a verdadeira natureza, aquela que nos nutre e sustenta.